Governo irlandês apresenta plano de venda de bens estatais para arrecadar três bilhões de euros
Asfixiado pela dívida pública, o governo irlandês apresentou nesta quarta-feira (22/02) um plano de venda de bens estatais para arrecadar três bilhões de euros a partir de 2013. Esse número corresponde a apenas 60% do valor estipulado no final de 2010 pelo FMI e pela União Europeia para a concessão de um empréstimo de 85 bilhões de euros.
Durante a apresentação do plano, o ministro de Gastos Públicos e Reforma da Irlanda, Brendan Howlin, explicou que o governo estudará até o fim deste ano todas as questões "táticas, reguladoras, legislativas e financeiras" antes de vender os bens estatais.
Inicialmente, dois terços deste montante servirão para honrar os prazos de pagamento dos empréstimos, enquanto o um bilhão restante poderá ser usado para "revitalizar" a economia, imersa em uma profunda crise desde 2008.
Embora ainda não haja planos específicos, Dublin espera destinar essa diferença para programas de geração de postos de trabalho, haja vista que a taxa de desempregados no país supera ligeiramente os 14%.
"É uma pequena vitória política a curto prazo. A troika não está pressionando, a mensagem é de que não há pressa para vender. Mas, a longo prazo, não sabemos como reagirão os mercados e as contas do governo podem se reduzidas", explicou à Agência Efe Alan McQuaid, economista-chefe da consultoria Bloxham.
Até o momento, a troika aprovou as medidas anunciadas por Dublin, mas as modestas perspectivas de crescimento obrigam a venda de alguns dos melhores ativos estatais para cumprir com a contenção de 3,8 bilhões de euros e reduzir o déficit público para 8,6% do Produto Interno Bruto.
O plano de privatizações prevê a venda parcial das companhias nacionais de gás (Board Gáis) e eletricidade (ESB) e venderá todas as ações que o estado ainda possui na antiga companhia aérea Aer Lingus.
O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, reiterou que o governo conduzirá essas negociações sem pressa e na busca do melhor comprador. David Begg, secretário-geral do maior sindicato da Irlanda, o ICTU, disse estar "aliviado" com o fato de que não haverá uma venda indiscriminada, mas se mostrou "preocupado" com a privatização da Board Gáis, uma companhia que, na sua opinião, possui valor "estratégico" para o país.
(Via Opera Mundi)
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