29 de outubro de 2013

"Voltei com a sensação de missão cumprida", diz intercambista que passou quase um ano na Irlanda

Publico hoje uma entrevista que fiz assim que voltei da Irlanda. Na euforia do momento queria saber se os intercambistas que voltaram antes de mim sentiram as mesmas coisas que eu.

Infelizmente, acabei não publicando. Por isso, escolhi ela para iniciar uma pequena série de entrevistas que estou fazendo com pessoas que moraram e estudaram fora do Brasil, principalmente na Irlanda.



***

Nome: Rosângela Campos

Chegada em Dublin: 28/01/2012
Chegada no Brasil: 11/12/2012


Reprodução Facebook (peguei a foto "emprestada" rs)

Como foi a volta ao Brasil?
Rosângela Campos: O retorno foi o momento mais esperado e foi muito tranquilo depois de pagar 150 Euros de bagagem extra (quase morri...rsrsrs).

Nos primeiros dias a única coisa que eu queria saber era ver gente, fui aos lugares mais movimentados de São Paulo (bairro da Lapa, 25 de Março e Santa Efigênia - bairros com uma concentração massante de pessoas).


Nos primeiros dias era engraçado, eu esbarrava nas pessoas e dizia: "Sorry", ou atendia o telefone dizendo: "hello", pensava em Inglês e demorava pra responder em português.


E como foi a adaptação? 

RC: Me adaptar a família e amigos foi diferente, gostoso. A visão de família e mundo muda muito quando se mora na Europa. É diferente com certeza. Pretendo ter meu cantinho. Querendo ou não a gente volta diferente, querendo liberdade, mais espaço. Os conceitos mudam, as opiniões mudam, porém por enquanto não tenho condições.

E como foi sua recolocação profissional?

RC: Já estou empregada. Na verdade estou trabalhando na mesma empresa que eu trabalhava antes  de ir para a Irlanda. Fui convidada a voltar. Claro que não é ainda o emprego que desejo e continuo procurando e pra mim não é tão fácil, pois não tenho formação completa. 

A gente ouve falar da famosa "depressão pós intercâmbio" ... você chegou a tê-la?

RC: Sinceramente eu não tive essa  "depressão pós intercâmbio", levei um choque sim com os valores de roupas e comida, pois na Irlanda estava acostumada a comer bem coisas naturais e saudáveis, coisa que aqui em São Paulo achei absurdamente caro, mas como havia gasto além da conta com roupas na Irlanda, então ainda não gastei com roupas aqui...rs.

Depois dessa experiência você acha que mudou sua forma de lidar com a vida?

RC: Com certeza a forma de lidar com a vida muda e muito. Quero muito educar meus filhos como vi na Europa (incentivo a leitura desde criança, respeito, honestidade, visão de mundo e futuro) fora o respeito ainda mais com minha família depois de tanto tempo longe.

Quais seus objetivos para esse ano?

RC: Para este ano quero muito conseguir o emprego que me deixe em uma condição tranquila, continuar meu Inglês, explorar um pouquinho mais da minha cidade, pois percebi que valorizei tanto o do outro (outros países, outras cidades) que não havia percebido o quanto São Paulo é rica de cultura e lugares lindos e é claro que mais pra frente desejo explorar alguns lugares pelo Brasil e América do Sul (Cancun e Caribe são meu sonho).

Valeu a pena?

RC: Valeu e muito a pena. Eu não sei explicar o tamanho da minha alegria por ter realizado meu sonho de estudar no exterior e por visitar países que jamais imaginei conhecer.

Meu sonho de tirar uma foto em frente ao Big Ben foi incrível, a emoção de realizar um sonho definitivamente não tem como explicar. Estar em Paris também foi mágico, fora alguns outros lugares que conheci que nem imaginava.


Claro que morar por quase um ano na Irlanda não foi tão fácil pelo fato de estar longe da família e amigos, mas o que posso dizer desse país... apenas que jamais esquecerei de tudo que passei na "Irlandinha" do meu coração. Não tenho e nem posso reclamar de nada, pois passei por momentos maravilhosos, conheci pessoas maravilhosas, morei com uma família muito legal trabalhando como Aupair.


Por fim, não tenho do que reclamar e posso dizer que o ano de 2012 que morei na "Irlandinha" foi o ano mais feliz da minha vida. Estou de volta pra casa e feliz também, com minha família e amigos e com sensação de missão cumprida.


OBS: Essa entrevista foi realizada em meados de fevereiro deste ano





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