18 de novembro de 2013

"Esse tipo de experiência é viciante... sou uma pessoa mais completa agora", diz intercambista que passou quase seis meses na Irlanda


Nome: Gabriela Ferigato 
Idade: 23 anos 

Objetivo inicial na Irlanda: Fazer intercâmbio sempre esteve na minha lista de “coisas para fazer antes de morrer”. Sempre foi um objetivo e um sonho muito especial. É claro que pensei no intercâmbio como uma maneira de “efetivar” o meu inglês. Fiz inglês por muitos anos, mas morar fora iria me proporcionar fluência no idioma (ou muito próximo a isso). Mas muito mais importante que isso, eu queria ter a experiência de morar em um país com uma cultura totalmente diferente. 

Queria “me virar sozinha”, amadurecer, ser mais independente. Sair da nossa zona de conforto provoca isso. No Brasil tenho minha família e amigos sempre por perto. Quando preciso de algo sei onde procurar, se tenho algum problema sei a quem recorrer. No intercâmbio é tudo novo...uma vida nova. Uma vida que você descobre como viver aos poucos e isso traz independência. Foi isso o que eu procurei no intercâmbio. Confesso que a Irlanda não era um objetivo, e sim a Europa. Por meio de pesquisas achei um programa de au pair muito interessante e não pensei duas vezes.

Quanto tempo ficou na Irlanda? Ao todo 6 meses – durante quase um mês fiz mochilão pela Europa.

Quando voltou para o Brasil? Voltei no dia 5 de julho deste ano. 

Como foi sua primeira semana no Brasil? Foi muito boa, achei que a adaptação seria mais demorada, mas foi totalmente ao contrário. Matei saudade de todos e cheguei com muita energia para procurar emprego e continuar “ticando” os itens da minha lista de “coisas para fazer antes de morrer”. Por sorte consegui um emprego um mês depois de chegar então a rotina ajudou a amenizar a saudade da Ilha Esmeralda. 

O que mais sente falta da Irlanda? A minha maior saudade é a minha família irlandesa (onde eu morei e trabalhei como au pair – cuidando de dois meninos lindos). Ainda tenho contato com eles, mas sinto falta da minha rotina lá, de ler histórias para eles antes de dormir, dos abraços, de esperar o mais velho na porta da escola, das brincadeiras. Sinto falta das pessoas de lá....de receber um “bom dia” de pessoas desconhecidas. Sinto falta do clima de “cidade pequena” (não morava no centro de Dublin, mas sim em Dun Laoghaire - 40 minutos do centro). Sinto falta de caminhar no pier e sentar em uma pedra ao lado do mar e só ouvir o barulho das ondas que quebravam nas pedras. Sinto falta dos pubs, é claro, e do clima que ele proporcionava. Sinto falta de tomar uma Guinness ouvindo música celta. Sinto falta da facilidade de se “locomover”, quase tudo era a pé. Posso continuar por muito tempo listando as minhas saudades. Me apaixonei pela Irlanda e por tudo que essa experiência me proporcionou. 

O que NÃO sente falta da Irlanda? Olha, apesar de AMAR o frio e a chuva, confesso que lá isso irrita às vezes. Como tudo é feito a pé, a chuva atrapalha um pouco. Mas, em pouco tempo, você descobre o verdadeiro “clima” irlandês. Podemos presenciar as quatro estações do ano em um único dia. Sinceramente é difícil pensar em algo que eu não sinto falta. A Irlanda é realmente um lugar incrível, mas acho que eu também dei muita sorte. Já fui com casa e trabalho e fui recebida por uma família incrível e dois meninos lindos (conheço au pairs que sofrem com as crianças e com a família haha), mas eu tirei a sorte grande. 

Quais os planos para o futuro? Esse tipo de experiência é “viciante”. Quando você vive tudo isso e pode ver “um pouco” de como as outras culturas são fascinantes, como as pessoas são diferentes, como os lugares são incríveis, isso só te faz querer mais e mais. Então como planos para o futuro eu quero mais experiências assim. Ah, além de voltar para Irlanda um dia. 

Se pudesse escolher um dos dois países para viver "para sempre" qual escolheria? Difícil. Eu amo o Brasil e senti falta da minha vida aqui, assim como, ao chegar, lembrei que definitivamente não senti falta de muitas coisas. Mas todo lugar é assim. A minha vida lá era completamente diferente da que eu levava antes de ir e mesmo depois que eu cheguei. Aqui eu tenho minha família e amigos, tenho a minha profissão e a minha rotina. Lá era outra rotina e eu não trabalhava com jornalismo. Preciso pensar que se fosse para viver lá “para sempre” eu teria uma rotina bem diferente da que eu tive como au pair. Mas por tudo que eu vivi lá eu tenho certeza que seria tão incrível como foi. Quando eu fui embora eu disse para a minha família irlandesa: “Ireland is home away from home”. 

Valeu a pena? Sem dúvidas. Foi uma experiência incrível e me fez muito bem. Sinto que eu precisava dessa vivência. É algo que eu lembro com muito carinho e tenho certeza que sempre vou lembrar. Acho que sou uma pessoa mais completa agora.


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